Maçonaria

Sou a Maçonaria
      Faz muito tempo que nasci. Nasci quando os homens começavam a acreditar em um Deus único. Fui combatida, vilipendiada e até fizeram troça do meu ritualismo e doutrina mas, através dos tempos foram reconhecendo minha seriedade e princípios, acabei sendo reconhecida como uma entidade íntegra que congrega homens íntegros. As encruzilhadas do mundo ostentam catedrais e templos que atestam a habilidade de meus antepassados. Eu me empenho pela beleza das coisas, pela simetria, pelo que é justo e pelo que é perfeito. Espalho coragem, sabedoria e força para aqueles que as solicitam. Para comprovar a seriedade de meus princípios, sobre meus Altares está o Livro Sagrado, a Bíblia, e minhas preces são dirigidas a um só Deus Onipotente. Meus filhos trabalham juntos, sem distinções hierárquicas, quer seja em público, quer seja em recintos fechados, em perfeita união e harmonia. Por sinais e por símbolos, eles ensinam as lições da Vida e da Morte, as relações do homem para com Deus e dos homens para com os homens. Estou sempre pronta a acolher os homens que atingindo a idade legal e que sejam possuidores de dotes morais e reputação acima de qualquer reparo, me procuram espontaneamente, pois, não faço proselitismo nem campanhas para angariar adeptos. Eu acolho esses homens e procuro ensiná-los a utilizar meus utensílios de trabalho, todos voltados para construir uma sociedade melhor. Eu ergo os caídos e conforto os doentes. Compadeço-me do choro de um órfão, das lágrimas de uma viúva e da dor dos carentes. Não sou uma Igreja nem um partido político, mas meus filhos têm uma grande soma de responsabilidade para com Deus, para com sua pátria, para com seus vizinhos, para com a comunidade em geral. Não obstante são homens intransigentes na defesa de suas liberdades e de sua consciência. Propago a imortalidade da alma porque acredito ser por demais pequena uma só vida no imenso universo em que vivemos. Enfim, sou uma maneira de viver.
      Eu sou a Maçonaria.




Selos Maçônicos no Brasil


Os Correios do Brasil lançaram em 20/agosto/2004 (no Dia do Maçom) este conjunto de selos sobre maçonaria, representando elementos e símbolos maçônicos:







SABEDORIA, FORÇA E BELEZA:
As colunas representam a Sabedoria, que orienta no caminho da vida, a Força, que anima e sustenta o homem em todas as dificuldades, e a Beleza que adorna as ações, o caráter e o espírito do maçom.ESCADA DE JACÓ:
Simboliza a escala da hierarquia maçônica, na qual ascendem aqueles que pela fé e pelo esforço, tiverem conseguido transformar a pedra bruta em pedra polida, apta à construção da vida.
FERRAMENTAS DE TRABALHO:
O "Esquadro, o Nível e o Prumo" simbolizam as ferramentas utilizadas pelos maçons na construção da Ordem.
DESBASTANDO A PEDRA BRUTA:
Representa o Emblema do Aprendiz, ao qual cabe a obrigação de desvencilhar-se dos defeitos e das paixões, para poder trabalhar na construção moral da humanidade, que é a verdadeira obra da maçonaria.


      "Os selos divulgam os mais relevantes princípios e fundamentos da Maçonaria, como o de orientar no caminho da vida, animar e sustentar o homem em todas as dificuldades e adornar as ações, o caráter e o espírito do Maçom. Também instrui sobre a obrigação do aprendiz em desbastar a Pedra Bruta, desvencilhando-se dos defeitos e das paixões, que habita, preparando-se para a construção moral da humanidade, a verdadeira obra da Maçonaria. A ascensão dos Maçons que, pela fé e pelo esforço, tiverem conseguido transformar a Pedra Bruta em Pedra Cúbica, é outro aspecto valorizado pela Maçonaria e perpetuado por esta emissão."
(Laelso Rodrigues, Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil)








Brasil, 2007 e Uruguai, 2007
(emissão conjunta)


Selo comemorativo:

1807-2007 - Bicentenário de Nascimento do Maçom Giuseppe Garibaldi


O primeiro selo mostra Giuseppe Garibaldi a cavalo, levando a bandeira dos revolucionários gaúchos, simbolizando a importância de seu papel na Revolução Farroupilha. O símbolo da maçonaria com o Esquadro e Compasso aparece no canto superior direito.Desenho feito por Márcia Mattos (Brasil).


O segundo selo apresenta à direita, o rosto de Giuseppe Garibaldi nas cores verde e branco e uma linha vermelha, simbolizando as cores da bandeira da República Italiana, em homenagem à Itália pela qual Garibaldi combateu. À esquerda, uma fragata do século XIX, em que tremula a bandeira do Uruguai, lembrando a atuação de Garibaldi como Comandante da Frota na defesa do governo daquele país.Desenho feito por Carlos Menck Freire (Uruguai).




Brasil, 1992

Selo comemorativo emitido em 20/agosto/1992 (Dia do Maçom):

Homenagem ao Grande Oriente do BrasilSímbolo do "Esquadro e Compasso" e maquete do Palácio Maçônico do Grande Oriente do Brasil (Brasília/DF), inaugurado em 04/dezembro/1992. O Grão-Mestre Geral na época era o Irmão Jair Assis Ribeiro.



Desenho feito por Lucia T.V. Ramos



Brasil, 1988

Selo comemorativo:

Sesquicentenário (150 anos) da morte de José Bonifácio de Andrada e Silva


Pintura de José Bonifácio com símbolos do Brasil Império e da Maçonaria.
Descrição do Edital: "O selo mostra a figura de José Bonifácio de Andrada e Silva, O Patriarca da Independência, com elementos que o identificam: o brasão de armas do Brasil independente, envolvido pela cruz da Ordem de Cristo, o martelete e o minério do mestre da mineralogia e, ainda, a faixa, o avental e o emblema maçônico para lembrar o Grão-Mestre de maçonaria. O artista fez o retrato a bico-de-pena e aquarela inspirando-se em uma gravura e uma litografia da época."
Desenho feito pelo quadrinhista, pintor e historiador Ivan Wasth Rodrigues.








Envelope de Primeiro Dia de Circulação (06 de abril de 1988),
com o carimbo comemorativo:

Ilumina teus povos: dá socorro
Pronto e seguro ao índio tosco, ao negro,
Ao pobre desvalido; então riqueza
Teus cofres encherá...


Brasil, 1977

Selo comemorativo emitido em 18/julho/1977:

Cinquentenário de Fundação das Grandes Lojas Brasileiras:- Grande Loja da Bahia nº 1, fundada em 22.05.1927;

- Grande Loja do Rio de Janeiro nº 2, fundada em 24.06.1927;

- Grande Loja do Estado de São Paulo (GLESP) nº 3, fundada em 15.07.1927



O selo mostra símbolos do Esquadro, Compasso e a letra 'G', sobre o mapa do Brasil.Desenho feito por J.P.Guimarães







Envelope de Primeiro Dia de Circulação:



Selo com o símbolo do esquadro e compasso.
Brasil, 1973

Selo comemorativo:

Homenagem ao Grande Oriente do Brasil - 1822/1973

Em 17/junho/1822 foi instalado no Rio de Janeiro o Grande Oriente do Brasil sendo José Bonifácio de Andrada e Silva nomeado o primeiro Grão-Mestre.


Desenho por Maria Carmen Ribeiro e Suzana S. Fonseca





Envelope de Primeiro Dia de Circulação (24 de agosto de 1973):

Sindicato de Pedreiro

O nome maçonaria, ou franco-maçonaria, deriva do termo francês franc-maçonnerie, “pedreiros livres” ou do Latim "Sculptores Lapidum Liberorum". Sua origem é localizada nas corporações de ofício dos pedreiros da Idade Média, no final do século XIV. Naquela época, não havia escolas capazes de ensinar as técnicas da construção em pedra, utilizadas principalmente em catedrais. Somente nas corporações, também chamadas guildas, aprendizes e mestres dividiam a ciência do talhe e se reuniam após o expediente para discutir o andamento das obras e defender sua profissão, como em um sindicato. Levavam às reuniões os instrumentos de trabalho, utilizados na composição dos projetos arquitetônicos (esquadro e compasso) ou na atividade braçal (avental, malho e cinzel). Assim surgia a “maçonaria operativa”, preocupada com coisas práticas e restritas ao ofício. Alguns estudiosos afirmam que a sociedade iniciática é muito mais antiga, já que símbolos utilizados em rituais maçônicos foram encontrados em túmulos e pirâmides egípcias há sete mil anos.
Somente após o Renascimento, com a fundação das primeiras universidades européias, as reuniões maçônicas tornaram-se mais refinadas, admitindo discussões filosóficas e literárias. Os primeiros arquitetos e engenheiros a deixar as salas de aula encontravam um mercado de trabalho com todas as portas fechadas. As guildas formavam uma espécie de cartel, impedindo que profissionais de fora conseguissem emprego. De tanto insistir, os acadêmicos foram aceitos paulatinamente na maçonaria e levaram sua erudição aos encontros. Desde então, a ordem propõe trabalhos fraternos e coletivos para assegurar a evolução espiritual dos seres humanos. Recebe o nome de “maçonaria especulativa ou filosófica”. Os homens passam, a Ordem permanece.
A maçonaria nunca ficou alheia aos processos de mudanças que aconteceram e marcaram as eras ou fases vivenciadas neste mundo. Neste momento estamos atravessando uma grande mudança na humanidade, uma Globalização total, uma abertura que está exigindo um grande desenvolvimento cultural e mudanças comportamentais. Instituições seculares como, por exemplo, a Igreja Católica e a Maçonaria estão sendo questionadas pela Sociedade do seu real papel no Terceiro Milênio e deverão adequar-se a um novo comportamento. Devemos responder aos anseios da sociedade contemporânea para adquirirmos o direito de coexistir em harmonia. Assim, acreditamos que chegou o momento de uma reformulação e atualização, não da filosofia, dos ritos ou de rituais, mas sim da nossa missão na melhoria da vida sócio-econômica-cultural do ser humano a nível mundial. Devemos resgatar nossas origens históricas, na sua essência mais pura, para redirecionarmos nossos conceitos de participação no contexto social...
O Estado Maçônico deve ser constituído e aberto a participação do seu povo. A Ordem Política Ideal é o Estado, a sociedade e o homem justo e perfeito. Esta foi a bandeira maçônica no Iluminismo, datado do século XVII. Montesquieu na divisão dos Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - secionou o absolutismo (o poder total), fragmentando-o na presunção de enfraquecê-lo. A Ideologia em maçônica – é o padrão político que induz visões normativas à vida política. No III Milênio deverá ser recriado o Estado Maçônico Democrático. O principio da democracia é o livre arbítrio e a constante mudança de forças no poder. Devemos ter um aspecto REVOLUCIONÁRIO de ideologias maçônicas para criar a SOCIEDADE MAÇÔNICA DEMOCRÁTICA. A independência dos Poderes constituídos, criando a Assembléia Legislativa, nos moldes já empregados, com sucesso, por várias Potencias no Mundo, além de também manter um Poder Judiciário em todas as suas particularidades e independência. O Estado Maçônico é um serviço, um instrumento, e um meio para alcançar o Pleno Maçônico. A parte está no todo e o todo está na parte - o MAÇOM.

Gotas Maçônicas

SOB A LUZ DO LAMPIÃO
Clodomir Monteiro da Silva


1. A estância do João Batista
É um primor de belezura
Lá existe tanta fartura
Que tudo nela é um colosso.
Em qualquer campo que escolhas
Só tem trevos de três folhas
Combatendo o capim grosso.

2. Na entrada tem dois palanques
Gravados com iniciais
De letras tradicionais.
Tem a B pela direita
E outra pela canhota
Onde está gravado um Jota
Em simetria perfeita.

3. No fundo do avarandado
Quando o trabalho começa
O patrão muito estimado
Tem um martelo na mão.
Batendo com muita fé
A turma se põe de pé
Prontita para o serão.

4. Depois de ter relatado
O que antes fora feito
O patrão Justo e Perfeito
Dá ordens ao capataz.
Mas este que tem um sota
Repete a mesma lorota
Sabendo porque o faz.

5. Mais adiante, um piazote
Desses piás de recado
Pega um saquinho bordado
Prá recolher algum cobre
Que é sempre um bom ajutório
Numa doença ou velório
Em rancho de peão pobre.

6. Lá pelas tantas da noite
Quando a chusma se expande
O dono da casa grande
Faz a sua preleção.
Mostrando o bem com clareza
Vai dizendo com franqueza
Muitas verdades ao Irmão.
7. Se nas rodadas da vida
Perderes a montaria
Procures bater um dia
Na casa desta fazenda.
Terás aqui bom cavalo
Cama e mesa que é um regalo
E amigos que te prenda.

8. Os homens são todos iguais
Perante o grande patrão.
Nunca tenhas a ilusão
De ser o mais virtuoso
Pois o couro de um animal
Se escolhe pelo carnal
Onde os gusanos têm pouso.

9. Sê limpo e de bons costumes
Nunca sujes tua mão
Porque senão meu Irmão
Terás fechado a porteira.
Viverás cruzando estradas
Tal qual as almas penadas
Em noites de sexta-feira.

10. Vais dizendo pelo mundo
Quanto vale a liberdade
Que o nível da igualdade
É uma jóia muito fina.
Que somos nossos espelhos
E os homens bem parelhos
São qual botão de batina.

11. E se encontrares alguém
Atolado na desgraça
Tens o dever, e de graça
Retirá-lo do atoleiro.
Tu, praticando esse bem
Verás que um outro alguém
Por ti já lutou primeiro.

12. As luzes que vocês vêm
São emblemas desta estância
Que iluminam as distâncias
Rompendo as trevas dos campos.
São os sacis sorrateiros
Que quando pitam palheiros
Pedem fogo aos pirilampos.
13. Dentro das trevas tem luz
Mas somente a estrela boa
Se reflete na lagoa
Na busca da própria imagem.
Dali é que brota essa luz
Que irmanamente conduz
Quem se perdeu na viagem.

14. Sigamos pois o exemplo
Da vida, na própria vida
Há uma coisa escondida
Que levanta o arreador.
Nos rodeios dos mistérios
Há tantos ventos gaudérios
Que brincam no corredor.

15. Da natureza bendita
Estudemos ensinamentos
Vemos que lição bonita
O campo lá fora nos dá.
Há contrastes de poemas
Nos risos das siriemas
Prá oração do sabiá.

16. Jamais um bando de garças
Estende seu lençol branco
À sombra de algum barranco
Que pode esconder surpresa.
Pois até a podre carcaça
Da corvalhada, tem graça
Tem fascínio, tem beleza.

17. Entre o céu e a terra amiga
Tem tanta filosofia
Que a nossa sabedoria
É difícil compreender.
Nasce a estrela no oriente
Tem que morrer no ocidente
Prá de novo renascer.

18. E assim nas portas do templo
Que nos abre a natureza
Só encontrarás beleza
De um colorido diverso.
E darás muito obrigado
Se fores um bom empregado
Do Patrão Mór do Universo.